quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Jeffrey Dahmer


Jeffrey Lionel Dahmer nasceu em 21 de maio de 1960, na cidade de Milwaukee, Winconsin. Seu pai, Lionel, era químico, e sua mãe, Joyce, instrutora de máquinas de teletipo. Sua gravidez fora bastante difícil. O casal brigava muito e Joyce era vista como uma pessoa hipersensível, com a infância marcada pela presença de um pai alcoólatra. O modelo de casamento do casal Dahmer não animava o filho a um dia se casar. A mudança da família para o Iowa, onde Lionel concluía seu doutorado na Universidade Estadual, uniu-os em torno de um novo objetivo. A felicidade só não era completa porque Joyce era uma mulher muito tensa, dificultando ainda mais a adaptação da família no novo endereço, e Lionel vivia trancado em laboratórios, absorto demais no trabalho e pouco presente nas questões domésticas.
Aos 4 anos de idade, Jeffrey foi submetido a uma cirurgia para extirpar duas hérnias, mas foi enganado quanto ao que ia acontecer, relatando depois que ficou muito assustado ao saber que pessoas estranhas explorariam seu corpo aberto. A operação marcou de forma indelével seu subconsciente? Aparentemente ele vai repeti-la em suas vítimas, abrindo seu tórax e “operando” suas vísceras.
Três acontecimentos pontuaram a vida de Jeffrey aos 6 anos de idade: sua mãe deu a luz um menino, a família mudou-se para Ohio, onde seu pai trabalharia como pesquisador, e ele entrou para a escola. Segundo o relato de seu pai, nessa época ele se tornou extremamente tímido, inseguro, vulnerável e introvertido. Jamais foi muito próximo do irmão, permanecia longos períodos em silêncio e vivia isolado. Estava aterrorizado em ir para a escola e teve dificuldades de se adaptar.
Dos 10 aos 15 anos, sua personalidade sofreu mudanças drásticas. De menino quieto e tímido passou a ser um jovem tenso, rígido e inflexível. Passava horas trancado em casa sozinho e respondia às pessoas monossilabicamente, de forma quase inaudível. Não se engajava em nada, ficava à parte do mundo a sua volta, vivia perdido em fantasias. Segundo o depoimento de algumas pessoas durante o julgamento, nessa época Jeffrey tinha fascínio por animais mortos e os recolhia depois de atropelados em estradas para examiná-los melhor. Fazia cruéis experimentos com animais, decapitando roedores, branqueando ossos de galinha com acido, empalando cabeças de cachorro e espalhando-as como espantalhos na floresta.
No ensino médio, Jeffrey era um aluno acima de média, e participava de algumas atividades: jogava tênis e participava do jornal escolar. Seus colegas, no entanto, o consideravam um alcoólatra solitário que costumava levar licor para a sala de aula.
Na vida familiar as coisas não iam muito bem. As brigas entre Lionel e Joyce aumentaram muito, até que se separaram e iniciaram uma batalha legal pela custodia do segundo filho, David. Lionel logo se casou de novo, e Shari, a segunda esposa, não demorou a perceber que o filho mais velho do marido era, de fato, alcoólatra. Tentando resgatar a saúde do rapaz, insistiram para que cursasse a Universidade Estadual de Ohio, mas o plano falhou logo no primeiro semestre, quando Jeffrey repetiu, conseqüência de ter passado todo o tempo bebendo. Lionel, decepcionado, colocou para o filho duas opções: arrumar emprego ou alistar-se no exército. Jeffrey optou pelo exército.




Dahmer se inscreveu então para um serviço de seis anos no Exército – na verdade, por causa dos problemas com a bebida, o pai de Dahmer deu-lhe duas opções: trabalhar ou ir para o Exército, já que na faculdade ele não conseguia se manter; Dahmer disse que não queria trabalhar, então seu pai o levou para o Exército.
Jeffrey Dahmer só ficou dois anos nas Forças Armadas, tendo sido dispensado por uso intenso de álcool. Passou grande parte deste período do Exército na Alemanha. A polícia alemã fez uma grande investigação, posteriormente, e aparentemente Dahmer não matou ninguém lá.Ao voltar, supostamente desenterrou a primeira vítima, para ver o estado em que se encontrava.
Primeiro assassinato
Em junho de 1978, Dahmer cruzou a linha de experimentos mórbidos para assassinatos. Sua vítima, Steven Hicks, pedia carona e Dahmer levou para sua casa, conversaram, beberam, possivelmente transaram. Quando ele quis ir embora, Dahmer acertou sua cabeça com um halteres, depois o estrangulou (“Eu não sabia mais como mantê-lo comigo.”, disse Dahmer depois), desmembrou seu corpo (e sentiu-se novamente excitado) e o enterrou no quintal.(“Eu não sabia mais como mantê-lo comigo.”, disse Dahmer depois).

Uma vida complicada


Em setembro de 1987, tendo aí seus 27 anos, Jeffrey Dahmer começou a matar efetivamente, em Milwaukee. O primeiro, desta nova fase, foi assassinado em um quarto de hotel. Jeffrey diria depois que não se lembrava como o matou. Haviam bebido muito e quando Jeffrey acordou ele estava morto, com sangue na boca. Levou o corpo para casa, fez sexo com o cadáver, masturbou-se sobre ele, o desmembrou.
A segunda morte foi alguns meses depois, a vítima foi um jovem de 14 anos. Jeffrey Dahmer havia efetivamente se transformado em um serial killer
Sua avó estava achando seu comportamento estranho, naqueles tempos, e o expulsou. Jeffrey trabalhava, na época, em uma fábrica de chocolate. Chegou a ser levado a julgamento por molestar um menor. O garoto era do Laos, da família Sinthasomphone. A acusação pediu uma pena grande, alegando que por baixo da superfície de calma daquele homem havia alguém bastante perigoso. Psicólogos que o avaliaram recomendaram hospitalização e tratamento, pois era manipulador e evasivo. A própria defesa argumentou que tratamento seria melhor que prisão, mas que Jeffrey Dahmer ainda tinha condições de ficar em liberdade. Dahmer colocou a culpa de seu ato no álcool e disse que foi um momento de “idiotice”, pediu perdão e disse que isto não ocorreria novamente. Foi condenado ao regime semi-aberto por um ano, devendo ficar 5 anos sob condicional. Jeffrey Dahmer foi liberado da pena em dez meses, apesar de uma carta do seu pai pedindo que fosse solto apenas após receber tratamento. Em 15 de setembro de 1987, Steven Tuomi desapareceu em Milwaukee, e o mistério não foi resolvido até Dahmer confessar seu assassinato, em 1991. James Doxtator foi o próximo a morrer, em janeiro de 1988, seguido por Richard Guerreiro, em 24 de março. Em setembro de 1988, as horas estranhas de Jeffrey e seus “experimentos” tornaram-se demais para sua avó, que pediu que ele se mudasse. Em 25 de setembro ele encontrou um apartamento em North 25th Street Milwaukee.
No dia seguinte, Dahmer atraiu um garoto de Laos para seu apartamento, acariciou-o e ofereceu dinheiro para uma sessão como modelo nu. A policia foi chamada e Dahmer foi acusado de agressão sexual. Condenado em janeiro de 1989, ele permaneceu livre, pendente de uma sentença formal marcada para maio. Enquanto isso, em 25 de março, Dahmer trucidou a vítima Anthony Sears.
Sentenciado a 5 anos de condicional por molestar crianças, sendo que no primeiro ano ficou dormindo na cadeia, mas podia sair diariamente para trabalhar. Ninguém sabia que ele já era um matador, necrófilo e canibal.
A sessão de mortes foi reassumida com Edward Smith, em junho de 1990. A vítima de julho foi Raymond Smith(nenhuma relação com Edward). Ernest Miller e David Thomas foram cruelmente mortos em setembro. Dahmer matou Curtis Straughter em fevereiro de 1991. Errol Lindsey entrou para a lista em abril, seguido por Anthony Hughes em maio.
Nessa época, Dahmer concebeu a bizarra noção de criar “zumbis”, que seriam seus brinquedos sexuais vivos, obedientes a cada um de seus caprichos. Em vez de usar vodu, Jeffrey optou por uma abordagem mais direta, fazendo buracos na cabeça de vítimas selecionadas, então pingando líquidos cáusticos nas feridas em um esforço para destruir a vontade consciente do sujeito. Não é necessário dizer que a estranha abordagem de neurocirurgia tenha uma taxa de falha de 100%, e que nenhum dos “pacientes” de Dahmer sobreviveu.
Entretanto um quase conseguiu. Em maio de 1991, os policiais de Milwaukee atenderam a um chamado na rua em que Jeffrey morava. Ali acontecia uma discussão acalorada entre vizinhos: duas jovens, um homem branco de boa aparência e um rapaz asiático, nu e sangrando. Ao ouvirem os envolvidos souberam que as meninas, um tanto histéricas, os chamaram para que “salvassem” o garoto, que tinham visto correr do vizinho visivelmente aterrorizado. Os policiais envolveram o rapaz em um cobertor e tentaram colher sua versão da história, mas ele estava apático, murmurava palavras incompreensíveis e parecia estar bêbado ou drogado. Por outro lado, o homem loiro estava bastante calmo e controlado e sua versão dos fatos era muito convincente: ele e o asiático eram amantes e exageraram um pouco. Não, o namorado não era menor de idade, já tinha 19 anos, foi o que relatou.
Acompanharam o estranho casal até o apartamento indicado pelo homem, sentiram um cheiro estranho, mas foi só. As roupas do rapaz estavam dobradas sobre o sofá e tudo se achava em perfeita ordem. Se a polícia tivesse feito o seu trabalho com competência, saberia que o dono do apartamento tinha antecedentes criminais em abuso sexual de menores em 1988; por uma infeliz coincidência sua vítima no caso anterior era irmão da atual, que tinha apenas 14 anos. Tratava-se de Konerak Sinthasomphone, laociano, que dias depois teria publicada a sua foto no jornal como desaparecido.
A causa da destruição continuou: Matt Turner, morto em 30 de junho; Jeremiah Weinberg, em 7 de julho, Oliver Lacy, em 15 de julho; Joseph Brandehoft, em 19 de julho. Além do estupro, assassinato e desmembramento das vítimas, Dahmer também experimentou canibalismo com pelo menos um corpo, embora negasse ser isso sua prática comum.

Vítimas: jovens, homossexuais, negros


Mesmo após os problemas judiciais, Jeffrey Dahmer continuou a matar. Suas vítimas eram todos homens, geralmente negros, alguns asiáticos, que conhecia em bares gays e atraía para sua casa, às vezes chamando para beber ou pagando-os para posarem para fotos. A vítima mais velha foi um homem de 31 anos.
Em sua casa, Dahmer os sedava com remédios na bebida. Antes e depois do homicídio, abusava deles sexualmente. Antes e depois, fotografava tudo. Depois de mortos, desmembrava os corpos, guardava partes deles. O primeiro crânio que guardou pintou-o de cinza, para parecer um modelo de estudo anatômico.
Teve, posteriormente, a ideia de tentar fazer “zumbis”, injetando ácidos em buracos feitos nas cabeças das vítimas, ainda vivas, para que ficassem apenas semi-conscientes e tornassem-se escravos seus. Obviamente, o experimento fracassou.
Além disto, houve canibalismo: fritava partes dos corpos e comia – embora Dahmer negasse que isto fosse uma prática comum.

Coincidência: mata irmão de vítima anterior


Dias depois, a mãe de uma dessas duas garotas que viram a cena na rua ligou para a polícia, dizendo que, ao ver notícias sobre um garoto do Laos desaparecido, suas filhas o identificaram como sendo o rapaz nu daquela noite. A polícia, entretanto, não foi atrás de mais informações. O sobrenome do garoto era Sinthasomphone – por coincidência, era irmão daquele outro que Dahmer havia molestado tempos antes.
De maio a julho daquele ano, a média foi de cerca de uma vítima por semana. Até que em julho outro homem escapou, com algemas presas a um punho. Desta vez, a polícia chegou ao apartamento de Dahmer, que abriu a porta calmamente. Disse que iria ao quarto pegar a chave da algema. A vítima disse aos policiais que ele tinha uma faca, no quarto. O policial foi atrás de Dahmer.

Corpos na geladeira


A casa tinha um cheiro estranho… O que o policial viu, primeiramente, foram fotos de corpos desmembrados. Depois, foi encontrando os próprios corpos das vítimas. Foi dada voz de prisão a Dahmer, que tentou lutar e foi dominado.
Um policial abriu a geladeira e gritou para o outro: “Tem uma porra de uma cabeça aqui!”. No total, haviam restos de 11 vítimas na casa, dissecados e depositados em tonéis e na geladeira. Cabeças, pênis etc. Em seu quarto, cabeças humanas, em um aparente princípio de ritual de satanismo.
Um peixe, bem cuidado, nadava no aquário.
Supõe-se que foram 17 as vítimas de Jeffrey Dahmer, em toda a sua vida.

Fantasias, troféus, canibalismo


Dahmer contou que suas fantasias de matar homens e fazer sexo com seus cadáveres começaram aos 14 anos.
Disse ainda que ficava “fascinado” com as vísceras dos homens mortos, que a manipulação dos corpos o excitava muito.
Fora as partes que guardava como “troféus”, precisava fazer sumir o resto do corpo. Com ácidos, tentava dissolvê-los, e jogar pelo vaso sanitário.
O canibalismo foi assim explicado: comendo partes das vítimas, elas poderiam ainda viver, incorporadas no seu organismo, que as absorveria. Ao comer, tinha ereções.
Os rituais “satânicos” eram para obter poderes econômicos e sociais.
Finalmente preso
Em julho de 1991, dois policiais que faziam sua ronda perto da Universidade de Marquette, em Milwaukee, prenderam um homem negro que corria pelas ruas ainda algemado, com a certeza de que se tratava de um fugitivo. Ele contava uma estranha história de que estava num encontro homossexual quando o parceiro o algemou e estava tentando matá-lo. Apesar de descrentes e sem nenhuma vontade de se envolver numa briga de casal, acompanharam o rapaz que se identificou como Tracy Edwards ao endereço indicado por ele.
Ao chegar ao local localizado no número 2357 da South 57th Street, foram atendidos por um educadíssimo homem que morava no apartamento 213. Ele confirmou que Edwards estava se encontrando com ele e foi até o quarto buscar as chaves da algema. Policias e vítima estavam aguardando, quando esta última se lembrou de uma faca que se achava no quarto. Um dos policiais,sem demora, seguiu no encalço do dono do apartamento pelo corredor, mas foi pego de surpresa pela decoração das paredes. Eram cobertas de fotografias do tipo polaróide, mas não de paisagens ou pessoas, e sim de cadáveres, vísceras, sangue, cabeças decepadas. Antes que pudesse dar voz de prisão a Jeffrey Dahmer, este tentou enfrentá-lo, mas foi subjulgado. As surpresas dentro do apartamento deste assassino estavam prestes a serem descobertas e deixarem muitas pessoas atônitas e perplexas.
Na geladeira, sobre a prateleira central estava uma cabeça em estado avançado de decomposição. No congelador foram apreendidas mais três cabeças escalpeladas e acondicionadas em sacos plásticos amarrados com elásticos. Também foram encontrados recipientes de metal contendo mãos e pênis decompostos. No armário, frascos com álcool etílico, clorofórmio e formol, junto com outros onde jaziam genitálias masculinas preservadas. Na pia da cozinha havia um torso humano rasgado do pescoço até a pélvis. Na tábua de carne ao lado, um pênis fatiado, pronto para ir para a panela. Também foram apreendidos dois tonéis com capacidade de 189,5 litros, repletos de torsos humanos apodrecendo.
No apartamento de Jeffrey Dahmer foram identificados os restos mortais de 11 vítimas diferentes; 11 crânios, um esqueleto completo, ossos em geral, mãos, genitais embalsamados e pacotes de corações, músculos e outros órgãos mantidos no ácido ou refrigerador.

Julgamento

Em 22 de agosto de 1991, Dahmer foi indiciado em 15 acusações de assassinato. Em seu julgamento, iniciado em 30 de janeiro de 1992, presidia os trabalhos o juiz Laurence C. Gram Jr., acompanhado do promotor Michael MacCann, e defendendo o réu o advogado Gerald Boyle, que já havia feito sua defesa anteriormente no processo de abuso infantil.
Desobedecendo à orientação de seu advogado, em 13 de julho de 1992, Dahmer se declarou culpado dos crimes pelos quais era acusado. Só restava para a defesa que ele fosse considerado mentalmente insano.
Enquanto a defesa alegava que só um louco poderia ter cometido crimes hediondos da natureza daqueles descritos ali, a acusação demonstrava a frieza da premeditação e a complexidade do planejamento ali envolvidas.
O advogado de defesa apresentou 45 testemunhas que atestaram o comportamento estranho de Dahmer, suas desordens mentais e sexuais que o impediam de entender a natureza de seus crimes. A acusação demonstrou que ele era perfeitamente capaz de controlar suas vontades, uma vez que não havia matado nenhum soldado no tempo em que servira o exército ou colega quando frequentara a escola.
Psiquiatras depuseram por ambas as partes. Não se chegava a um consenso; cada um dissertava sobre um ponto de vista diferente. A grande discussão entre os profissionais envolvidos, se o réu era capaz ou não de controlar suas ações, chegou a confundir o júri.
A defesa alegou que “...crânios trancados, canibalismo, ímpetos sexuais, perfurações, fazer zumbis, necrofilia, alcoolismo, tentar criar santuários, lobotomias, decomposição de cadáveres, taxidermia, idas ao cemitério, masturbação,... este era Jeffrey Dahmer, um trem desembestado nos trilhos da loucura!”
A acusação disse: “Ele não era um trem desembestado, ele era engenheiro! Senhoras e senhores, ele enganou muitas pessoas. Por favor, não deixem que este horrível matador os engane.”
O júri deliberou por apenas cinco horas e considerou Jeffrey Dahmer legalmente são, culpado pelas múltiplas acusações de homicídio. Foi sentenciado a 15 prisões perpetuas consecutivas ou um total de 957 anos de reclusão.
Diante da sentença, Dahmer fez a seguinte declaração na Corte:
Meritíssimo
Agora está terminado. Este nunca foi o caso em que tentei me libertar. Eu nunca quis a liberdade. Francamente, queria a morte para mim mesmo. Este caso é para dizer ao mundo que fiz o que fiz, mas não por razões de ódio. Não odiei ninguém. Eu sabia que era doente, ou perverso, ou ambos. Agora acredito que era doente. Os médicos me explicaram sobre minha doença e agora tenho alguma paz... Sei quanto mal causei... Graças a Deus não haverá mais nenhum mal que eu possa fazer. Acredito que somente o Senhor Jesus Cristo pode me salvar dos meus pecados... Não estou pedindo por nenhuma consideração.

Morte

Na prisão, Dahmer recusou as ofertas de custódia protetora, apesar de muitas ameaças contra sua vida. Em 3 de julho de 1994, outro condenado tentou cortar sua garganta na capela da prisão, mas Dahmer saiu do incidente com apenas pequenos arranhões e recusou-se a registrar a acusação. Cinco meses depois, em 28 de novembro, ele estava limpando um banheiro adjacente ao ginásio da prisão quando outro membro do serviço, Christopher Scarver, de 25 anos, apanhou uma barra de ferro de uma máquina de ginástica próxima e atingiu a cabeça de Dahmer, matando-o instantaneamente. Um outro interno, Jessé Anderson, de 37 anos, foi mortalmente ferido no mesmo ataque, morrendo dois dias depois. Suspeitou-se inicialmente de motivo racial no assassinato por Scarver, como muitas das vítimas de Dahmer, ser negro, mas um olhar mais apurado determinou que o assassino estava perturbando, acreditando ser o “filho de Deus” atuando por ordem de seu pai.

Seguem as discussões familiares depois da morte

Após a sua morte, foi criada uma grande controvérsia sobre a doação de seu cérebro para estudos da medicina. Depois da necropsia, o cérebro e outras amostras de tecido ficaram sob os cuidados e supervisão do Dr. Robert W. Huntington, na University of Wisconsin Medical School.
Joyce Flint, ex-Dahmer, tentou contatar o pai de seu filho para submeter esses tecidos a um estudo cientifico conduzido pelo Dr. Jonathan Pincus, da Georgetown University School of Medicine, uma vez que o Dr. Huntington não liberaria o material sem autorização legal. O Dr. Pincus escreveu uma carta na qual pedia o cérebro de Jeffrey Dahmer, que representava “uma chance sem paralelos de possivelmente determinar que fatores neurológicos poderiam ter contribuído para seu bizarro comportamento criminal.”
O Dr. Huntington respondeu que preferia conduzir com extremo cuidado o estudo do cérebro de Jeffrey Dahmer no McLean Hospital, em Boston. Acrescentou que não estava familiarizado com o Dr. Pincus e seus estudos, e sua preocupação era relativa aos escrúpulos que seriam exercidos contra qualquer conclusão prematura. Na opinião dele, o cérebro de Dahmer deveria ser comparado a cérebros de pessoas consideradas normais e daquelas que houvessem agido demonstrando severo comportamento anti-social. Analisar esse cérebro de forma única e isolada e concluir algo sobre esse exame poderia ser perigoso e anticientífico. Se o Dr. Pincus concordasse com essas condições, o Dr. Huntington não veria problemas em encaminhar o material.
O juiz Daniel S. George tinha muitas dúvidas sobre toda essa questão. Jeffrey Lionel Dahmer deixou, por escrito, suas últimas vontades. No testamento estava determinado que seu corpo deveria ser cremado tão cedo quanto possível, e que não houvesse nenhuma cerimônia funerária antes ou depois da cremação.
Joyce Flint, representada por advogado, queria autorização judicial para que o Dr. Pincus realizasse seus estudos, que trariam benefícios públicos consideráveis, além de respostas para os parentes de Jeffrey. Lionel Dahmer não concordava, queria que a vontade do filho prevalecesse. O advogado de Joyce alegava que ele não parecia tão preocupado em seguir a última vontade do filho quando realizou uma cerimônia após a cremação. Lionel argumentou que a cerimônia foi estritamente familiar e não pública.
Em 12 de dezembro de 1995, o juiz George ordenou que o cérebro de Jeffrey Lionel Dahmer fosse cremado.

Análise Psicológica de Jeffrey Dahmer

Nossa mente anseia tanto por explicações, por relações visíveis de causa e efeito, que não aceitamos facilmente os efeitos “invisíveis”. Nas situações em que menos há uma causa óbvia, nestas mais facilmente somos tentados a criar uma explicação, achar um culpado, um bode expiatório.
O pai do serial killer Jeffrey Dahmer, o senhor Lionel Dahmer, sentiu este efeito não na pele, mas na alma. Logo após a descoberta do crime, a mídia, tentando psicologizar Jeffrey Dahmer, sugeriu que a culpa de tudo poderia ser dos pais. Da ausência de afeto. Da criação. Da separação. Da madrasta. Etc.
Ora, a vida de Jeffrey Dahmer não diferia em nada da vida de milhares de outras crianças e jovens americanos daquela época. E quantas destas crianças tornaram-se serial killers?
Olhando em retrospectiva, Jeffrey Dahmer era uma criança estranha: gostava de animais mortos, talvez os matava, era introvertido etc. Mas estas análises são perigosas. Será que, se conhecêssemos Jeffrey ainda criança, o acharíamos tão estranho? Isto é, Jeffrey não passava o dia todo mexendo com animais mortos. Por certo, boa parte do tempo fazia coisas que crianças normais também fazem: ia à escola, fazia tarefas, assistia televisão, saía com seus pais etc.
Na adolescência, Jeffrey Dahmer continuou a ter comportamentos inadequados, como o abuso de álcool. Mas nada ainda que se pudesse dizer: “este rapaz será um futuro serial killer!”.
Lionel, o pai, não é o culpado pelos crimes de Jeffrey. Não poderia prevê-los. Não poderia imaginá-los. Provavelmente não poderia nem mesmo evitá-los. Ao contrário do que se poderia afirmar sobre o pai ser conivente e relapso com os comportamentos desviantes de Jeffrey, Lionel até insistiu na necessidade de um tratamento psicológico para o filho quando este foi preso pelo abuso de um menor. Mas a Justiça também não foi capaz de ver naquele réu um potencial serial killer.
Lionel também tentou fazer com que Jeffrey “entrasse no eixo” em outros aspectos de sua vida: parar de beber, começar a trabalhar etc.
Quando se olha para trás, é fácil culpar a todos. Mas, então, a Justiça deveria instituir tratamentos agressivos a todos os culpados de crimes sexuais como se fossem pré-serial-killers? Seria inviável – e um desperdício de verbas, na grande maioria dos casos, já que apenas uma ínfima fração deste tipo de criminosos virará um assassino em série.
Analisamos, portanto, o caso de Jeffrey Dahmer da seguinte maneira. Uma criança tímida com alguns comportamentos bizarros, necrófilos. Vivendo em um lar relativamente normal. (Há uma indicação de que tenha sido violentado na infância, mas não foi confirmada. Isto realmente mudaria algumas interpretações que fazemos.)
Um adolescente ainda introvertido. Abusando de álcool. E ainda gostando de animais mortos. Já adulto: homossexual, sem firmeza para o trabalho. Ainda introvertido (personalidade esquizóide?) e abusando da bebida. O que há de realmente muito doentio até aí? Nada! Não que sejam comportamentos desejáveis pela sociedade. Mas também longe de representarem uma grande doença.
A doença começa a aparecer mesmo com o abuso de um menor. Isto sim é um ato altamente desviante, reprovável, legalmente condenável etc. Foi a primeira vez que tornou-se visível para a sociedade que Jeffrey tinha impulsos sexuais agressivos e não conseguia controlá-los. Visíveis para a sociedade, porque para Dahmer já estavam aflorados há muitos anos: Jeffrey Dahmer matou pela primeira vez aos 18 anos.
Um filme sobre Dahmer (“O perfil de um assassino”) levanta uma hipótese interessante: seu pai era químico, e vivia fazendo experiências em laboratório, e por isto Jeffrey gostava de fazer experiências com animais – e com suas vítimas (injetando ácidos em seus cérebros, por exemplo).O velho Complexo de Édipo, o filho querendo imitar o pai etc. Interessante teoria, mas que explica as experiências de Dahmer, mas não os homicídios.
Ficamos fortemente, no caso de Jeffrey Dahmer, com a hipótese genética para o seu killerismo. Ficamos também com um provável diagnóstico de transtorno personalidade esquizóide. Pessoas com este transtorno têm um grau de introversão muito alto. Não é exatamente “timidez” – é um desinteresse por contatos afetivos. Mas Jeffrey Dahmer não gostava de homens? Sim, mas não como seres humanos, e sim como objetos – literalmente.
Um esquizóide que no início da vida adulta vê seu killerismo aflorar. Este foi Jeffrey Dahmer, serial killer que acabaria sendo assassinado na prisão…

Imagens











 
































Suas Vítimas




Veja filme no youtube completo:https://www.youtube.com/watch?v=vodsDVlAyLM




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