Charles Milles Maddox Manson, nascido em Cincinnati, nos Estados Unidos, em 11 de novembro de 1934, se tornou conhecido no final da década de 1960 por ser uma figura particular relacionada a um grupo de jovens que cometeu vários assassinatos, entre eles o da famosa atriz de Hollywood, Sharon Tate, esposa do diretor de cinema Roman Polanski.
Quando, em 1970, Charles Willis Manson apareceu, no início de um julgamento, com um “x” na testa, feito à faca por ele mesmo, ele explicou ao grande número de jornalistas presentes que estava se “xizando” do mundo, que estava “saindo fora”. Na verdade, naquele dia ele só estava oficializando isto. Charles Manson, desde criança, já vivia fora deste mundo de regras e leis.
Infância e adolescência de Charles Manson
Charles Manson nasceu em 1943. Foi gerado por uma gravidez não desejada de uma garota de 16 anos, que havia saído de casa um ano antes, bebia muito e era promíscua, apesar de (ou por causa de?) uma criação religiosa bastante rígida.
Seu pai verdadeiro, Charles nunca conheceu. Herdou o sobrenome “Manson” de um homem com quem a mãe se juntou, relacionamento que durou pouco tempo.
Às vezes sua mãe sumia por dias, e o pequeno Charles Manson ficava aos cuidados da avó. A mãe acabou sendo presa, com um irmão, por roubo armado a um posto de gasolina, e Charles foi parar nas mãos de tios, também bastante conservadores.O tio reprimia Charles, dizia que ele era afeminado – e, para “consertá-lo”, enviou-o vestido de menina no primeiro dia de aula.
Quando a mãe foi solta, continuou com sua vida anterior: casos amorosos fugazes, pulando de casa em casa, de cama em cama – supostamente, envolvia-se também com mulheres. Charles Manson conta que sua mãe chegou a vendê-lo em um bar, em troca de apenas uma caneca de cerveja, e teve de ser resgatado por um parente.
Ainda criança, Charles Manson começou a furtar, continuamente. Foi mandado para um reformatório, mas ao sair continuou com os delitos. Por volta dos 12, procurou a mãe, que o rejeitou mais uma vez. Outras vezes preso, foi parar em outras instituições. Muitas vezes fugia. Chegou a passar por avaliações psiquiátricas – numa destas, postulou-se que por trás de suas mentiras e frieza estava um garoto extremamente sensível que não havia recebido amor suficiente. Avaliou-se o seu QI, e era acima da média.
Poucos dias antes de ser ouvido para receber uma condicional, em uma destas detenções, Charles Manson sodomizou um garoto, apontando uma faca contra o pescoço do rapaz. Tinha já 17 anos. Charles relata que, nestas instituições penais pelas quais passou, já tinha sido vítima anteriormente de abusos sexuais – sendo que em uma ocasião um guarda incitou os outros garotos a violentá-lo, enquanto permaneceu masturbando-se, ao lado da cena.Charles Manson foi então mandado para uma instituição mais segura. Não adiantou muito: lá, abusou de outros homens.
Manson passou a ser um freqüentador assíduo de reformatórios juvenis em diversas regiões dos Estados Unidos. “Eu não tinha mãe e eu não tinha um pai. Aonde você vai quando você não tem uma família?” disse Manson, explicando a sua infância nos reformatórios. Ainda quando criança, ele foi entregue a um abrigo de crianças por sua própria mãe. Esse foi o começo de uma infância conturbada. Entre suas diversas saídas e fugas dos reformatórios, Manson foi preso algumas vezes pelos crimes de falsificação e pequenos furtos.
A vida na prisão
Já em outra prisão, aparentemente mudou de comportamento, subitamente: dedicou-se mais a aprender (finalmente foi alfabetizado) e estava mais colaborativo. Aos 19 pôde sair. No ano seguinte, casou e teve um filho, Manson Jr.. Enquanto isto, trabalhava em serviços de baixa especialização, pelos quais recebia pouco.
Então, para completar sua renda, roubava carros…
Foi parar novamente na prisão. Nisto, sua esposa o largou. Três anos depois, ele saiu da cadeia. Virou “cafetão”, explorando prostitutas. E, claro, ainda era ladrão. Ano seguinte, pego novamente, mas escapou com a ajuda de uma mulher que mentiu estar grávida dele. Mas após dar um golpe financeiro em uma mulher e drogar e estuprar a colega de quarto desta, foi preso. Estava com 26 anos e foi condenado a vários anos de prisão.
Descreve-se que, nesta época, Charles tinha grande necessidade de chamar a atenção para si mesmo. Era manipulador. Falava de filosofias pouco conhecidas na época, como o Budismo e a Cientologia.
Outra obsessão era o quarteto de Liverpool, “The Beatles”. Charles Manson tinha um violão e acreditava que, tendo oportunidade, seria mais famoso que os Beatles. Passava boa parte do tempo na prisão escrevendo músicas.
Aos 32, podendo finalmente ser libertado, quis recusar. Tinha passado mais da metade da sua vida em instituições e disse que não saberia viver lá fora. Estávamos em 1966.
Família Manson
Charles Manson foi obrigado a sair da prisão. Na rua, teve contato com hippies e começou a arregimentar seguidores. Muitos eram meninas bem jovens e emocionalmente perturbadas. Além disso, Manson usava de drogas como o LSD para influenciá-las. Nascia a “Família Manson”.
O já “guru” Charles Manson pregava o abandono das prisões mentais engendradas pelo capitalismo. Consta que a Família acabou por se aproximar das “ciências ocultas”, como a “Ordem Circe do Cachorro Sanguinário” (!).
O grupo acabou conhecendo Dennis Wilson, da banda Beach Boys, muito famosa à época. Tentaram explorá-lo, mas ele logo se livrou de Manson.
Em 68, a Família Manson foi parar no rancho onde se estabeleceriam em definitivo, o “Rancho Spahn”. Eles sobreviviam não só de roubar, mas também de outras atitudes pouco convencionais, como procurar comida em restos de restaurantes. Charles Manson ainda tentava gravar um filme ou um disco. Um produtor, chamado Melcher, recusou o que na cabeça de Manson seria um fato consumado: a gravação e lançamento de seu disco.
Em 1964, aos 30 anos de idade, Charles Manson acabava de cumprir uma pena de dez anos quando foi parar no centro mundial da cultura hippie: Haight-Ashbury, um distrito da cidade de São Francisco. Manson se considerava um “hobo”, termo em inglês usado para designar os migrantes sem lar fixo, que vagavam pelo país comendo do que encontravam e dormindo onde se sentiam cansados. Fora da prisão, Manson acabou por se instalar na região de Haight-Ashbury, e tornou-se conhecido entre os círculos de jovens hippies. Manson era um excelente compositor musical, e vivia com seu violão pelas ruas de São Francisco. No auge da contracultura, Manson se tornou uma figura conhecida entre os jovens, que o seguiam para conhecer a sua música e seus costumes peculiares.
Foi tocando as suas músicas nas esquinas de Haight-Ashbury que os jovens hippies adotaram Manson como um ícone. É importante deixar claro, porém, que Manson nunca se considerou um hippie. “Eu era um beatnik na década de 1950, antes de os hippies existirem. Eu dancei ao som de Acapulco, e eu fumei Acapulco antes de vocês saberem o que isso era. E eu vivi nas tumbas [...] enquanto vocês iam para a escola. Você vê? Eu vivo em outro mundo. Eu vivo no mundo das pessoas das ruas”, disse Manson em uma entrevista na década de 1980. Manson saiu da prisão e voltou ao “mundo de fora” no auge da cultura hippie, e pouco sabia sobre como as coisas haviam mudado durante o longo período em que ele permaneceu isolado da sociedade. Foi com a sua música que os hippies abraçaram Manson.Em função de troca de favores, Manson e seus jovens amigos hippies conseguiram um local para morar próximo a Los Angeles. Eles se alojaram no Spahn Ranch, um rancho onde foram gravados filmes famosos de faroeste, como Duelo ao Sol, e diversas cenas de séries de TV, como Bonanza e Zorro. Um cenário de cidade do oeste permaneceu instalado no rancho durante a estadia de Manson e seus amigos na década de 1960. O Spahn Ranch recebeu esse nome de um fazendeiro, George Spahn, que comprou a propriedade em 1948 e lá vivia em 1968, quando Charles Manson apareceu procurando um local onde pudesse morar. O Sr. Spahn permaneceu morando no local junto com Manson e seus amigos. Em troca de o grupo ajudar o já debilitado Sr. Spahn com o trabalho puxado do rancho, eles puderam se hospedar em uma das casas do local.
Helter Skelter
Em suas teorizações, Charles dizia acreditar que em breve aconteceria uma grande guerra racial, onde os negros venceriam, mas ficariam desnorteados, porque eram incapazes de dominar. Neste ano, os Beatles lançaram o que ficou conhecido como “Álbum Branco”, onde uma música chamada “Helter-skelter” dizia “Olhe lá fora a ‘helter-skelter’, ela está chegando rapidamente”. Então, tudo ficou claro na cabeça de Manson…
A guerra, pensava Manson, deveria começar com o acontecimento de crimes que deixassem os brancos realmente enfurecidos contra os negros. Charles e sua Família escapariam escondendo-se no deserto. Charles havia entendido, ao ler um livro religioso, que no deserto havia uma entrada para uma cidade de ouro. Após o fim da guerra racial, a Família Manson retornaria e assumiria o comando da situação. Charles era o “quinto anjo”. Os outros quatro? John, Paul, George e Ringo: os Beatles…
Como os negros não iniciaram a guerra na data que Charles achou que começariam, ele percebeu que teria que ensinar a eles o que fazer…
Sharon Tate
Madrugada de 9 de agosto de 69. Hollywood. A bela atriz Sharon Tate está grávida de 8 meses. Seu marido é o diretor de cinema Roman Polanski, que já era conhecido e está em viagem na Europa. Na casa do casal, Sharon Tate recebe três amigos – uma residência isolada da cidade, e com vizinhos distantes.
Os quatro são assassinados esta noite, por integrantes da Família Manson (Charles não participou, só ordenou)– aliás, os cinco: o garoto na barriga de Sharon Tate também morreu. Também foi assassinada outra pessoa que não estava com eles na casa, estava por perto apenas procurando pelo caseiro.
Tiros, golpes com objetos, enforcamentos e muitas facadas. Na parede, escreveram “PIG” (porco), com o sangue das vítimas.
Sharon e seus amigos morreram, podemos dizer, “por azar”. Dias antes, Charles Manson havia ido a casa à procura daquele produtor musical, Melcher, mas ele havia se mudado. Foi então que viu Tate lá e pensou que seria uma ótima vítima.
Na noite seguinte a este crime, o rico casal LaBianca foi assassinado quase da mesma maneira. Charles entrou na casa, dominou o casal, amarrou-os e saiu, chamando os outros membros para terminarem o serviço. Segundo afirmou Charles “Tex” Watson, um dos criminosos, Charles havia ordenado: “Matem estas pessoas da maneira mais cruel possível!”.
Na parede, com sangue, escreveram “WAR” (guerra). Na geladeira, “HEALTER SKELTER” (involuntariamente, a expressão foi escrita erroneamente).
A guerra iria começar…
O cartão de crédito roubado da senhora LaBianca foi deixado em um estabelecimento comercial – era para ser achado por um negro, que seria então preso e acusado dos assassinatos (o tal cartão nunca foi usado…).
Alguns dias antes destes crimes, em 31 de julho, em outra jurisdição, o professor de música Gary Hinman também havia sido morto de modo semelhante (inclusive com inscrições na parede). A polícia local prendeu um homem, que já havia passado pelo acampamento de Charles Manson. Mas o Departamento de Polícia responsável pelos casos mais recentes não quis ver a ligação entre os crimes, e preferiu achar que a morte de Tate e seus amigos estava relacionada com problemas relacionados a drogas.
Várias pessoas foram interrogadas, e o próprio Polanski foi submetido ao polígrafo (“detector de mentiras”). A mídia aproveitou-se do caso, e dizia que o casal se entorpecia, que eram satanistas, que faziam orgias.
Roman Polanki chegou a oferecer 25 mil dólares de recompensa por informações sobre os assassinos. O pai de Sharon, por sua vez, deixou a barba e cabelo crescerem e se infiltrou entre hippies e drogados para tentar obter informações. Sem resultados efetivos, as ações dos dois.
Poucos dias depois dos homicídios, um garoto achou uma arma. Era a utilizada nestes crimes.
Somente em outubro investigadores chegaram ao Rancho Spahn, cenário de realização de filmes de faroeste, nos anos 20. O local ainda parecia uma cidade do Velho Oeste. Lá morava toda a Família Manson, que chegou a ter até 50 pessoas. Mas os agentes estavam atrás deles por outros motivos – haviam queimado um equipamento, em uma estrada, por obstruir o caminho dos bugues na planejada fuga para o deserto.
Uma das pessoas a ser presa nesta batida policial foi Susan Atkins, por suspeita de envolvimento no primeiro assassinato, de Melcher. Em novembro ela falou à colega de cela que tinha participado da morte de Sharon Tate. Susan tinha um comportamento incomum na cadeia: cantava, dançava, ria sozinha. Dizia que seu amante, Manson, era Jesus Cristo. Parecia pouco preocupada com qualquer coisa.
Mais de um ano depois, em 9 de agosto de 1969, um grupo de amigos de Manson invadiu uma casa alugada pelo diretor de Hollywood, Roman Polanski, em 10050 Cielo Drive, na região de Bel Air de Los Angeles. Os jovens assassinaram a esposa de Polanski, Sharon Tate, e mais quatro amigos do casal. As vítimas foram baleadas, esfaqueadas e espancadas até a morte, e o sangue delas foi usado para escrever mensagens nas paredes e porta da residência. Uma das escrituras foi “Pig” (”porco”, em inglês). Na noite seguinte, o mesmo grupo invadiu a casa de Rosemary e Leno LaBianca, matando os dois de maneira semelhante. As mensagens escritas na parede da casa com o sangue das vítimas dessa vez foram “Helter Skelter“, “Death to Pigs” (“morte aos porcos”) e “Rise” (“levante-se”). Os assassinatos de Sharon Tate, seus amigos e do casal LaBianca pela ficaram conhecidos como Assassinatos Tate-LaBianca.
A confissão de Susan Atkins
Susan afirmou à colega de cela que foi ela mesmo quem matou Tate, enquanto esta implorava por sua vida. Susan teria esbravejado contra Tate: “Olha, cadela, eu não me importo com você. Eu não me importo se você vai ter um filho. É melhor você estar preparada. Você vai morrer e eu não sinto nada por isto…”.Susan Atkins disse ainda, à colega, que provou do sangue de Tate: “Uau, que viagem! Provar a morte, e ainda dar vida.”. Falou também que queria tirar o bebê de Tate de sua barriga, mas não havia tempo. E que quis arrancar os olhos das vítimas e jogá-los contra as paredes, mas não teve oportunidade. Disse ainda que o plano seria matar, posteriormente, outras celebridades, como Frank Sinatra e Elizabeth Taylor.
A polícia levou algum tempo para querer ouvir a colega de cela de Susan. Outros depoimentos, então, começaram a dar sentido à história de Susan. O irmão de um ex-morador do rancho falou de outra morte, ocorrida em 17 de julho daquele ano, de um freqüentador do rancho que iria denunciar ao dono deste o que lá ocorria: depósito de carros roubados, uso de drogas, sexo grupal. Seu corpo teria sido desmembrado. Posteriormente, vários outros crimes supostamente cometidos por diversos membros da Família vieram à tona.
Em novembro, um promotor pegou o caso. Ele queria incriminar Charles Manson, mas pelas informações que tinha, Manson efetivamente não tinha matado ninguém, não com suas próprias mãos.
Algumas provas materiais dos crimes surgiam, enquanto Susan, por pressão de Charles, recuava no seu falatório.
Charles defendeu a si mesmo na audiência preliminar. Era bem articulado. Segundo o promotor, ele “parecia considerar todos os aspectos escondidos de uma questão” e “suas expressões faciais eram como as de um camaleão”. Manson dirigia-se à Família, à corte, à platéia. Via uma mulher bonita e sorria ou piscava para ela. Elas pareciam ficar mais lisonjeadas que ofendidas. “Ele tinha uma estranha energia…”, comentou o promotor.
Segundo a acusação e a “história oficial”, baseados em testemunhos dos amigos de Manson que cometeram os crimes, os assassinatos teriam sido planejados por Charles Manson. O objetivo seria começar uma guerra que, segundo a teoria, seria a maior já travada na terra, denominada “Helter Skelter“. A “história oficial” indica que esse nome corresponde ao título de uma música dos Beatles onde haveria uma quantidade de mensagens subliminares. Charles Manson, porém, já explicou em diversas entrevistas que para ele “Helter Skelter” significava somente “confusão” – era o que ele ouvia na música dos Beatles, barulheira e berros, e o que ele via nas ruas dos Estados Unidos. Durante o julgamento do caso, a acusação formalizou uma história em que, para Manson, “Helter Skelter” seria uma guerra entre negros e brancos, em que os brancos seriam exterminados da Terra. Nesse contexto, ao enviar seus amigos para cometer os assassinatos, devido ao caráter racista dos Estados Unidos, algum negro seria acusado pelos assassinatos, o que faria com que os confrontos explodissem pelas ruas. Como Manson e sua “família” eram todos brancos, planejavam esconder-se em um poço, supostamente denominado por Manson como “poço sem fundo”, em algum lugar no deserto californiano, assim que a suposta guerra começasse.
Linda Kasabian, uma das integrantes da comunidade hippie e participante das duas noites dos assassinatos, depois de cerca de um mês resolveu fugir e denunciar Charles Manson e os outros integrantes à polícia, além de depor contra eles em seu julgamento. Segundo Kasabian, ela não concordava com os assassinatos, apesar de ter participado e ter permanecido com os assassinos em Spahn Ranch nos dias seguintes. Ela conseguiu um acordo com a acusação, o Estado de Los Angeles, para testemunhar contra Manson em troca de imunidade e uma nova vida, com nova identidade para ela e sua filha recém-nascida e uma pensão do governo. Os depoimentos de Kasabian foram vitais para a condenação de Manson, uma vez que ela testemunhou que tudo havia sido planejado por ele, que seria uma espécie de líder espiritual da comunidade. Sem o depoimento de Kasabian, dificilmente Charles Manson seria condenado.
O julgamento de Charles Manson
O julgamento começou no meio de 1970. Foi quando Charles com o “x” na testa e disse à corte que ela não tinha jurisdição sobre ele porque tinha “xizado” a si mesmo do mundo. Vários outros membros da Família também fizeram o “x”. Atitudes como esta faziam aumentar o espanto e a curiosidade do público.
Manson fez chegar até membros da Família ameaças de morte. De fato, uma moça chegou a ser quase morta. Quando evidências eram apresentadas, Charles tentava manipular, desviar a atenção para si mesmo. Chegou a dizer ao juiz que alguém deveria cortar a cabeça deste.A fala da acusação durou 22 semanas! Durante a defesa, Manson teve conflitos com seu próprio advogado, que acabou “desaparecendo”. Havia sido assassinado e depois um membro da Família confessou o crime.
Em janeiro de 71, finalmente, o júri iria tomar suas decisões. A segurança foi reforçada, porque um membro da Família havia roubado granadas e feito ameaças.Manson, Susan e mais dois membros da Família foram considerados culpados. Posteriormente, mais um recebeu o mesmo veredito.
Linda Kasabian, outra integrante da Família, ganhou imunidade no julgamento ao aceitar colaborar na acusação.
Quando da deliberação da pena, que ocorreu apenas em março, Manson e suas garotas apareceram de cabeças raspadas. Todos os quatro receberam pena de morte. Foi o maior, o mais caro e o mais midiático julgamento nos EUA até então.
Manson, então com 37 anos, foi acusado de seis assassinatos e levado à Justiça, juntamente com Charles ‘Tex’ Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten. Embora acusado de líder da “Família Manson”, como o grupo de amigos se tornou conhecido após o escândalo, ele alegou não ter participado pessoalmente de nenhum dos crimes. Manson declarou durante o julgamento o seu ódio profundo pela humanidade, chamando os membros de sua “família” de “rejeitados pela sociedade”. “Eles são as suas crianças. Eu não as criei, vocês as criaram. Elas fizeram o que vocês ensinaram a elas”, disse Manson durante o julgamento. A promotoria se referiu a ele como “o homem mais maligno e satânico que já caminhou na face da Terra”, e o quinteto foi sentenciado à morte em 1971. Mas com a mudança nas leis penais do estado da Califórnia em 1972, a pena de todos foi alterada para prisão perpétua.
Manson escapa da pena de morte
Contudo, ainda em 1972 a pena de morte foi abolida no estado da Califórnia… As penas foram transformadas em prisão perpétua, com possibilidade de condicional.
Na época, Charles virou uma espécie de celebridade, com muita gente o defendendo. Virou, depois, objeto de filmes, livros, músicas e até ópera.Segundo o promotor do caso, Bugliosi, “hoje, quase todo grupo minoritário e rejeitado da América, dos satanistas aos neonazistas, encampou Manson e os venenos de sua virulenta filosofia. Ele se tornou o ícone espiritual deles.”.
Em 1971, seis membros da Família tentaram roubar 140 armas de uma loja, e foram presos. O objetivo era tentar resgatar Manson.
O destino da Família Manson
Manson, hoje com mais de 70 anos, ainda é o prisioneiro que mais recebe cartas nos EUA. Neste período preso, já recebeu algumas punições dentro da prisão (especialmente a “solitária”), inclusive por tramar o assassinato de um presidente dos EUA (Gerald Ford), tentado por uma de suas garotas (Linette Fromme, que pegou prisão perpétua). Já foi penalizado também por vender drogas lá dentro. Muitas vezes teve problemas com outros internos, e já foi, supostamente, envenenado, espancado e até mesmo tentaram colocar fogo nele. Também relata ter sofrido abuso sexual. Em 1974, foi diagnosticada uma psicose aguda.
Seu “x” na testa foi transformado em uma suástica nazista. Em uma entrevista mais recente, Charles Manson disse: “Eu não sinto culpa. Eu não fiz nada que deva me envergonhar.”. Sua condicional foi negada inúmeras vezes. Nem sempre ele comparece à audiência – uma vez, mandou apenas um cartão do jogo Banco Imobiliário: aquele que diz “Saída livre da prisão”…Já Leslie Van Houten, uma das condenadas, teve comportamento exemplar nas três décadas em que passou presa e, segundo a última avaliação psiquiátrica, não representa mais perigo à sociedade. Ela afirma: “Meu coração dói e parece não haver meios de expressar a dor que eu causei. Eu não sei mais o que dizer.”. Segundo sua advogada, deveria também ser levado em conta que ela usava drogas à época e que, de certa maneira, também era uma vítima de Charles Manson. Contudo, ainda está presa.
Patricia “Kate” Krenwinkel também continua presa.
Charles “Tex” Watson converteu-se ao cristianismo e escreveu vários livros, na prisão. Virou uma espécie de pastor. Além disso, casou-se e teve quatro filhos – tudo isto, preso! Sua família mora perto da cadeia. Também teve a condicional negada várias vezes.
Susan Atkins (ou “Sadie”, como era chamada por Manson) esteve casada por duas vezes, na prisão. A condicional foi negada várias vezes. “Eu não tenho que pedir desculpas somente às vítimas e suas famílias, eu tenho também que me desculpar com a sociedade. Eu pequei contra Deus e tudo que este país preserva.”, disse certa vez. Susan morreu recentemente, de câncer.
Nestas audiências da condicional dos envolvidos, geralmente a irmã de Sharon Tate comparecia e pedia pela manutenção das penas.
Linda Kasabian passou mais um tempo presa, depois, por outros crimes, e hoje não se sabe onde está.
Outros membros não condenados à época também foram parar na cadeia por diversos motivos, incluindo homicídios. Suspeita-se que Manson pode estar envolvido em algumas destas outras mortes, mesmo estando preso, visto que ainda continuou a ter uma boa quantidade de seguidores.
O filho de Manson matou-se, em 1993.
A filosofia de Charles Manson
É interessante a discrepância entre o comportamento, hoje, de Charles e do restante da Família. Nenhum dos outros nega que tenha participado dos fatos, e todos falam em arrependimento. Manson, ao contrário, nega qualquer participação nos eventos. Não seria, portanto, um serial killer, já que nunca matou ninguém…Em uma entrevista concedida a um programa de TV em 1981 (de conteúdo semelhante a todas as outras concedidas antes ou depois desta data, por sinal), ele fala bastante:
* sobre a liderança que exercia: “Não sou a droga de líder de ninguém e não sou seguidor de ninguém. Eu disse: ‘Façam o que vocês quiserem.’”;
* sobre o “Helter Skelter”: “Era apenas uma música que algumas pessoas cantavam!”;
* sobre a dor que causou: “Eu costumava ter que me deitar e tinha minha bunda invadida até eu não poder andar. Me fale sobre o que é dor… A dor não é ruim, é boa. Ela ensina coisas a você…”;
* sobre sua personalidade: “Eu nunca pensei que fosse normal. Nunca tentei ser normal. Eu não sei nada sobre o que é ser normal. Passei a minha vida inteira na cadeia, cara.
* sobre o egocentrismo: “Eu não gosto de receber atenção. A maioria das pessoas inseguras precisa de atenção. Eu não.”;
* sobre os crimes: “Eu não violei a lei. O juiz sabia disso. Mas as pessoas não queriam ouvir isso. O juiz lavou as mãos. (…) Só porque você foi condenado em um julgamento, isto não quer dizer que você é culpado de alguma coisa.” – neste momento da entrevista, Charles Manson fica irritado com o entrevistador, por ele acreditar em tudo o que leu, e diz que ele parece um “advogadozinho”;
* sobre o assassinato do professor de música: “Eu apenas cortei a orelha dele.” – e afirma que teve motivos para isso, mas os explica de maneira bem vaga;
* sobre seu envolvimento no caso LaBianca: “Nada é ‘sim’ ou ‘não’.” Aqui Charles enrola bastante e não responde, começa a falar até sobre a preservação de baleias…;
* sobre o plano de matar outros artistas: “Se eu quisesse feri-los então eu deveria simplesmente não assistir a seus shows.”;
* sobre sua vida atual: “A prisão está na sua mente, cara, como você bem sabe. Se me perguntam ‘Você está preso?’, eu digo ‘Não, eu simplesmente estou aqui.’”.
Após a entrevista, o repórter falou da impressão que teve de Charles: “Eu acho que ele tem tanto medo de nós quanto nós temos dele…”.
Enfim, Manson esteve em reformatórios e prisões desde os 9 anos de idade. Hoje, com 74 anos, ele passou mais de 60 anos da sua vida em centros de detenção. Ele permanece encarcerado na Corcoran State Prison, na Califórnia, em uma unidade especial de isolamento da penitenciária. Sua última tentativa em audiência para libertação condicional, obviamente negada, foi em 2007. A próxima será em 2012.
Imagens
Charles Manson adolescente
Charles Manson posa de terno e gravata. (1947)
Charles Manson, de 34 anos, chega ao tribunal de County Courthouse Inyo em 03 de dezembro para uma audiência preliminar sobre a acusação de incêndio e receptação. O líder de um grupo hippie e quatro de seus seguidores foram indiciados pelos assassinatos de 09 de agosto a atriz Sharon Tate e quatro outras pessoas. (3 de dezembro de 1969).
Charles Manson é levado para a cadeia da cidade de Los Angeles, sob suspeita de ter planejado os assassinatos de Tate-LaBianca em agosto de 1969. (9 de dezembro de 1969)
assassinatos de Tate-LaBianca, é fortemente vigiado quando ele deixa o Hall da Justiça, após denúncia em 11 de dezembro. Ele é mostrado sendo levado para o carro de policia para ser levado uma cela da prisão e olhando através das janelas rodeadas de policiais. Barbudo, baixo, ele está vestindo uma roupa de camurça com franjas. (11 de dezembro de 1969)
Charles Manson, líder da seita hippie e acusado de ser o idealizador do assassinato de Sharon Tate e de várias outras pessoas no ano passado, chega ao tribunal para um apelo de sete acusações de assassinato e uma de conspiração. Manson, que já tinha uma barba a rapou para o seu aparecimento em que ele pretende atuar como seu próprio advogado. (28 de janeiro de 1970)
para entrar acusação de assassinato de Gary Hinman en 27 de julho de 1969. (29 de abril de 1970)
pelo juiz. (11 de agosto de 1970)
reservadamente com seu advogado e não na presença de um policial. (20 de Agosto, 1970)
(10 de dezembro de 1969)
determinar se haveria um conflito de interesse do advogado Daye Shinn, que para defender Atkins no julgamento de assassinato em que Manson e vários outros membros da"família" são acusados dos assassinato da atriz Sharon Tate e outros cinco em agosto passado.(11 de março de 1970)
Patricia Krenwinkel. (7 de agosto de 1970)
Charles (Tex) Watson da família Manson segurando seu livro, "você vai morrer por mim?", em 3 de agosto de 1978.
filha. Como os pais testemunharam, percebeu se que eles também foram vítimas, assim como foram os parentes dos falecidos.
por investigadores federais e entregue à defesa, sob descoberta de regras de prova. Sandra fez as cópias disponíveis para UPI.
"Squeeky". Fromme tentou assassinar o presidente da Ford no Clube de Im
prensa de Los Angeles.
também ouviu a confissão de Watson. Ela acabou por ser acolhida por uma família em e com tratamento foi completamente reabilitada.
Krenwinkel e Van Houten seguindo os veredictos de culpa. Elas disseram aos repórteres: "É melhor vocês figiarem seus filhos, porque o Dia do Julgamento está chegando! "
ainda tinha grande influência. Aqui ela diz "Charlie é o melhor pai que já tivemos."
de 1969. Ele foi esfaqueado e morto a tiros quando tentava escapar.
junto com Sharon Tate e os outros pelo grupo de Charles Manson.
Sharon tate com Roman Polanski. Pareciam um casal feliz.
Sharon Tate
Jay Sebring
Abigail Folger
Steven Parent
Rosemary LaBianca
Leno LaBianca
Sharon Tate / Atriz | Sharon Tate-Polanski / "Família Manson" vítima de assassinato |
Hairstylist Jay Sebring / Homens internacionalmente conhecido da | Jay Sebring / "Família Manson" vítima de assassinato |
Abigail Folger / Folger Heiress Fortune Café e Non-Profit Organization Voluntário | Abigail Folger / "Família Manson" vítima de assassinato |
Amigo Voytec Frykowski / Roman Polanski | Voytec Frykowski / "Família Manson" vítima de assassinato |
Steven Pais / Escola de Trabalho de Alto Summer Jobs enquanto aguardam faculdade para começar | Steven Parent / "Família Manson" vítima de assassinato |
Leno LaBianco / homem de negócios bem-sucedida Califórnia | Leno LaBianca / "Família Manson" vítima de assassinato |
Rosemary LaBianca / Califórnia negócios de sucesso em 1969 | Rosemary LaBianca / "Família Manson" vítima de assassinato |
Jay Sebring e Sharon Tate | Abigail Folger e Voytec Frykowski |
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Charles Manson manda carta para Marilyn Manson
Todos sabem que Marilyn Manson veio com seu nome artístico mesclando os nomes de Marilyn Monroe e o assassino em massa Charles Manson. Os dois nomes foram escolhidos por Marilyn Manson porque ele sentiu que a dupla representava bem os anos 60. Aparentemente, o chocante ícone do rock foi muito infame na opinião de Charles Manson e o assassino aproveitou para mandar uma carta diretamente da prisão para o astro da música, que foi divulgada online.
Essa música ele fez 2 anos antes do primeiro assassinato que deixou ele famoso.
Todos sabem que Marilyn Manson veio com seu nome artístico mesclando os nomes de Marilyn Monroe e o assassino em massa Charles Manson. Os dois nomes foram escolhidos por Marilyn Manson porque ele sentiu que a dupla representava bem os anos 60. Aparentemente, o chocante ícone do rock foi muito infame na opinião de Charles Manson e o assassino aproveitou para mandar uma carta diretamente da prisão para o astro da música, que foi divulgada online.
Parece que o nome Manson virou por completo um nome -infame- tanto por um lado quanto por outro.Embora Charles Manson pareça um completo maluco, ele é uma das mais citadas figura publicas na história recente. Alguns até acharam outros significados dentro da filosofia 'ATWA' de Charles Manson, que seria um mandato ecológico dizendo "Air, Trees, Water, Animals" (ar, arvores, água e animais) e/ou "All The Way Alive" (Sempre vivo).
Quer a carta de Charles Manson tenha ou não algum tipo de sabedoria é uma leitura bizarra e interessante. Fica a dúvida se nela contém uma ameça ou não ao Marilyn Manson:
"Para Marilyn Manson.
Levei um longo tempo para chegar onde pudesse tocar M. Manson. Agora tenho uma carta para jogar – você pode olhar na minha organização sem fins lucrativos ATWA [entidade criada pelo assassino em defesa do meio ambiente] e dar a Manson o que você acha que ele teve, vindo de ar, árvores, água e você. Ou eu irei dar a Manson o que você acha que você acha que Manson merece – a música transformou Manson em um demônio e eu tenho certeza de que você quer um pouco do que eu de tenho, da onde eu tenho. É um equilíbrio justo.
Além do bem e do mal, do certo e do errado. O que você não faz é o que eu farei – o que você fez foi cantar junto, deixar rolar e dizer como você me poupou muitos degraus – Eu não preciso disso, não é uma necessidade ou um desejo. Golpeado – golpe. Dançarinos fantasmas matam juntos e você está justamente no meu túmulo. Corona-coronas-coronae - você me viu de baixo, com tudo em cima de mim. São dois caminhões de lixo – fazendo o mesmo do que o CMF 000007.
Charles Manson."
Quer a carta de Charles Manson tenha ou não algum tipo de sabedoria é uma leitura bizarra e interessante. Fica a dúvida se nela contém uma ameça ou não ao Marilyn Manson:
"Para Marilyn Manson.
Levei um longo tempo para chegar onde pudesse tocar M. Manson. Agora tenho uma carta para jogar – você pode olhar na minha organização sem fins lucrativos ATWA [entidade criada pelo assassino em defesa do meio ambiente] e dar a Manson o que você acha que ele teve, vindo de ar, árvores, água e você. Ou eu irei dar a Manson o que você acha que você acha que Manson merece – a música transformou Manson em um demônio e eu tenho certeza de que você quer um pouco do que eu de tenho, da onde eu tenho. É um equilíbrio justo.
Além do bem e do mal, do certo e do errado. O que você não faz é o que eu farei – o que você fez foi cantar junto, deixar rolar e dizer como você me poupou muitos degraus – Eu não preciso disso, não é uma necessidade ou um desejo. Golpeado – golpe. Dançarinos fantasmas matam juntos e você está justamente no meu túmulo. Corona-coronas-coronae - você me viu de baixo, com tudo em cima de mim. São dois caminhões de lixo – fazendo o mesmo do que o CMF 000007.
Charles Manson."
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