quinta-feira, 7 de março de 2013

Farah Jorge Farah





Farah Jorge Farah (São Paulo, 1949) é um ex-cirurgião plástico, formalmente acusado e condenado em primeira instância por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e não dar chance de defesa à vítima) e ocultação e destruição de cadáver. O crime, cometido no dia 24 de janeiro de 2003, com requintes de crueldade, foi praticado contra sua paciente Maria do Carmo Alves, na época com 46 anos. A fim de dificultar a identificação do cadáver, Farah removeu cirurgicamente as peles faciais, das mãos e pés da vítima, guardando os restos mortais em sacos plásticos no porta-malas de seu veículo. Após o crime Farah se arrependeu e chamou a polícia. Seu exame psicológico realizado através do Teste de Rorschach o considerou como um não psicopata e a psiquiatra que realizou o teste o classificou como "descontroladinho".

O cirurgião plástico Farah Jorge Farah, de 53 anos, era um homem educado, religioso, discreto, que vivia aconselhando os vizinhos, amigos e pacientes a freqüentar, como ele, a Igreja Adventista do 7.º Dia, para fugir da violência. Mas, no fim da tarde de domingo, num quarto de uma clínica psiquiátrica, Farah mostrou um outro lado de sua vida. Um lado assustador, assassino, que deixou impressionados policiais experientes.

O crime

Foi um crime horrendo tanto pelo resultado quanto pelo método frio adotado pelo autor, o cirurgião plástico Farah Jorge Farah, de 53 anos, que tem uma clínica de cirurgia plástica num bairro de classe média de São Paulo há vinte anos. A maior parte de sua clientela é composta de beneficiários de convênios médicos populares. Com muitos clientes, o médico trabalhava seis dias por semana. Descansava aos sábados, em razão de sua religião. Na sexta-feira 24, ele trabalhou até as 6 da tarde. Depois que sua secretária e também o último paciente do dia tinham saído, o interfone tocou. Era sua ex-amante, a dona-de-casa Maria do Carmo Alves, de 46 anos. Farah abriu os dois portões de ferro e a deixou passar. Logo estavam discutindo. Ele diz que ela portava uma faca e pretendia matá-lo, que entraram em luta corporal e depois disso não se lembra de mais nada.

Pelo que a polícia conseguiu reconstituir até o fim da semana passada, um psicopata que ninguém suspeitava existir em Farah agiu daí em diante. Maria do Carmo foi morta e esquartejada. Num roteiro tétrico, Farah usou instrumentos e conhecimentos cirúrgicos para cortar, dissecar e escalpelar o corpo e destruir partes que pudessem levar à identificação da mulher. Depois limpou sua sala de cirurgia, tratou órgãos e membros como num laboratório de faculdade, ensacou os pedaços e os guardou no porta-malas de um carro. Dois dias após o assassinato, contou seu feito à família, internou-se numa clínica psiquiátrica e foi entregue à polícia por seus advogados. Nos depoimentos, não disse onde colocou fragmentos do corpo que não foram encontrados pelos peritos. Acusou Maria do Carmo de persegui-lo desde que encerrara o caso amoroso com ela, dois anos atrás.

A necropsia, alguns depoimentos de testemunhas e as análises dos peritos da polícia revelaram alguns detalhes que Farah omitiu e ajudam a recompor o crime. A vítima pode ter sido esfaqueada no pescoço. Provavelmente, foi arrastada logo em seguida para a sala de cirurgia da clínica. O médico não iniciou de imediato o esquartejamento. Primeiro foi para o prédio onde mora, a alguns quarteirões dali, pôs o carro na garagem, ficou cerca de quatro horas no apartamento e voltou a pé para o consultório. O corpo de Maria do Carmo já estaria sobre uma maca. Acredita-se que, na primeira incisão, ele tenha feito um longo corte, do pescoço até o púbis, para retirar as vísceras e diminuir o peso do cadáver. Farah é franzino, anda com a ajuda de uma bengala. Sem os órgãos internos, o corpo ficou 20% mais leve e pôde ser manuseado com mais facilidade. A partir daí, pelas marcas deixadas nos membros decepados de Maria do Carmo, supõe-se que o cirurgião tenha iniciado um trabalho para desfigurá-la e impedir seu reconhecimento.



A sala de cirurgia: dezesseis instrumentos cirúrgicos diferentes usados na operação e partes do corpo depositadas na banheira, com formol e água sanitária
Com incisões cuidadosas, foi retirada a pele da região peitoral e do lado esquerdo do rosto. Na face, ele usou uma delicada técnica cirúrgica, removendo a camada superficial sem danificar os músculos, como numa plástica. As pontas dos dedos dos pés e das mãos receberam o mesmo tratamento, com o uso de um instrumento próprio para descolar a pele. Também foram retiradas derme e epiderme da área posterior da coxa direita. Anos atrás, Farah extraiu um nódulo desse local. Havia ali uma cicatriz que podia ajudar na identificação da mulher. Seguindo a lógica de quem pretende ocultar um crime, a polícia calcula que seu próximo passo foi cortar a mulher em pedaços. O corpo foi dividido em nove partes – cabeça, braços, mãos, pernas, tronco e bacia com coxas. A maior parte dos cortes, muito precisos, seccionou músculos, ligamentos e nervos apenas nas juntas, sem danificar os ossos. Foram descobertos vestígios de sangue em oito tesouras, quatro bisturis, três pinças e em um martelinho cirúrgico.

Uma vez separados, os pedaços foram depositados numa banheira e cobertos com formol e água sanitária, uma providência que evita a decomposição e esconde o odor. Depois, escorridos e em alguns casos até torcidos, os membros seccionados ficaram praticamente sem sangue. Os líquidos representam uma parte expressiva do peso de um humano adulto. Só então, bem mais leves, as partes foram guardadas em cinco sacos plásticos pretos. De um corpo que tinha 66 quilos, restaram menos de 30. Os órgãos internos não foram localizados. Suspeita-se que o médico os tenha picado e se livrado deles de alguma forma. Por fim, Farah realizou uma grande faxina em seu consultório.

Eram 11 horas da manhã de sábado quando o marido de Maria do Carmo, o porteiro João Augusto de Lima, tocou a campainha do consultório. Ele suspeitava do caso entre a mulher e o médico. Ela tinha desaparecido. Achou que devia procurá-la ali. Farah disse que não a havia visto, anotou seu telefone celular num pedaço de papel e pediu que Lima ligasse se precisasse de algo. O porteiro notou que o chão da clínica estava molhado e sentiu cheiro de água sanitária antes de ir embora.

Por volta do meio-dia, ele ligou para os pais perguntando se eles poderiam buscá-lo na clínica. Eles disseram que sim e seguiram até o local num Gol vermelho. A mãe do médico, Amalia Farah, de 78 anos, subiu ao encontro do filho no consultório. Enquanto isso, o pai, o aposentado Jorge Farah, 83 anos, foi fazer uma visita a um familiar. Demorou uma hora para voltar. No consultório, Amalia presenciou uma cena de choro do médico. "Meu filho pediu que eu orasse muito por ele, mas não me disse o motivo", contou depois, em seu depoimento à polícia. Quando Jorge Farah retornou à clínica, o médico foi com a mãe até o carro e pediu que esperassem enquanto ele ia buscar um "material de trabalho" no consultório. Fez duas viagens para pegar os cinco sacos e acomodá-los no porta-malas do Gol. Depois, dirigiu o automóvel dos pais até o prédio em que eles residem. Estacionou na garagem e foi para o apartamento.

Lá, atendeu uma paciente conhecida da família. Passou a tarde inteira com os pais. À noite, pediu ao pai que o levasse até seu apartamento, do outro lado da cidade. Na garagem, o médico transferiu os sacos de plástico para o porta-malas de seu carro, um Daewoo, despediu-se do pai e subiu.

Amalia atendeu a um telefonema do filho na tarde de domingo. Ele ligou de casa e contou rapidamente que havia matado e esquartejado Maria do Carmo. A mãe do médico passou mal, teve um desmaio, caiu ao lado do telefone. Jorge Farah a socorreu, pegou o aparelho e ouviu a mesma narrativa. O cirurgião, segundo os familiares contaram depois à polícia, falava em cometer suicídio. Um psiquiatra foi enviado ao seu encontro e o levou para uma clínica, num bairro distante. Pouco tempo depois, os advogados acionados pela família procuraram a polícia para revelar o crime. O delegado responsável pelo caso, Ítalo Miranda Júnior, já trabalhou em um caso parecido. Em 1976 ele prendeu o bandido conhecido por "Chico Picadinho", condenado por matar e esquartejar duas mulheres. "Nada do que vi se compara ao que fez esse médico", disse.


'Você é misterioso' 
Trecho das conversas gravadas entre o médico e a paciente
NO CONSULTÓRIO DO CIRURGIÃO FARAH JORGE FARAH HAVIA VÁRIAS FITAS COM CONVERSAS GRAVADAS ENTRE ELE E PACIENTES MULHERES. ABAIXO, UM TRECHO DIVULGADO PELA POLÍCIA.
Farah Jorge Farah - Você me ligou às duas e meia da madrugada. Isso não é hora de ligar. 

Maria do Carmo - Quem ligou, eu? 

Farah - Que gozado, no meu bina aparece o seu celular. 

Maria - Olhe o horário. Eu não vou te ligar de madrugada. Você me chamou de louca? 

Farah - Eu não te chamo de louca. Não dá bola para quem fala. A pior coisa do mundo é quando uma pessoa fica ouvindo o que a outra fala. Se te falarem, deixa entrar por um ouvido e sair pelo outro. 

Maria - A gente não vai brigar. 

Farah - Então, a gente faz isso. Estou ocupado. Eu vou voltar a te ligar amanhã, domingo ou segunda, tá bom? 

Maria - Você me liga? Eu vou sair, mas não vou aí. Queria que você viesse aqui em casa um dia. Mesmo se o João (marido) estiver aqui. 

Farah - O João mora aí? 

Maria - Se você vier, ele não vai fazer nada. Ele é muito simples, gosta de você. Todo mundo gosta dele. O João paga o aluguel, mora aqui, mas não tenho mais nada com ele. Vamos nos ver hoje? 

Farah - Eu te ligo. 

Maria - Você é misterioso. O Gugu, meu gatinho, está te mandando um beijo. Você me acha gorda? 

Farah - Você não está muito gorda. Quanto você pesa? 

Maria - Sessenta e seis quilos. 

Farah - Precisa emagrecer 8. Bem devagar, senão vira pelanca caída.

Julgamento



"A Justiça tarda, mas não falha", comemorou na noite desta quinta-feira, 17, o promotor Alexandre Marcos Pereira, responsável pela acusação que condenou o médico Farah Jorge Farah a 13 anos de prisão e pagamento de multa. Ele foi considerado culpado pelo homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e emprego de meio que impossibilitou a defesa da vítima - e ocultação do corpo esquartejado de Maria do Carmo Alves, com quem manteve um relacionamento amoroso. O crime ocorreu em 24 de janeiro de 2003 - Farah ficou cerca de 5 anos preso.
O juiz do 2º Tribunal do Júri da capital, Rogério de Toledo Pierri, decidiu que o médico poderia ficar em liberdade para recorrer da sentença. "Vou pedir o aumento da pena e a prisão dele", disse Pereira, apesar de estar satisfeito com a condenação. "Não se pode confundir a comoção, o choque que é você ver as fotos do corpo esquartejado com uma reprimenda que não fosse ajustada", avaliou Pierri. Além de a lei permitir claramente que se recorra em liberdade de uma condenação criminal, pesou a favor do médico uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o livrou da cadeia por entender que, em liberdade, ele não oferecia riscos para o andamento da ação penal.

Após o julgamento, concluído às 21h30, Aline Aparecida Alves dos Santos, sobrinha da vítima, pediu, emocionada, para abraçar o promotor. "Deus te abençoe", emendou Alice Paulice Silva, mãe de Maria do Carmo. Alice disse estar aliviada com a decisão, mas que o médico ainda tem de "prestar contas a Deus", e que, se Farah tivesse falado com ela, ela teria impedido a filha de persegui-lo. O médico foi embora sem falar com a imprensa.

O terceiro e último dia de julgamento pelo 2º Tribunal do Júri da capital foi bem disputado nos debates entre a acusação e a defesa, mas os jurados acolheram a tese do promotor por unanimidade em quase todos os quesitos. Formado por cinco mulheres e dois homens, os jurados se dividiram em apenas um quesito, mas a votação foi de 6 votos a 1 contra Farah.

Apesar da condenação, o advogado do médico, Roberto Podval, considerou a sentença como "uma vitória", pelo fato de seu cliente sair do fórum em liberdade. No entanto, ele também pretende recorrer. "A gente ainda tem muito recurso pela frente." Serão três os principais questionamentos. Para ele, são motivos de anulação do júri a ausência de dois advogados de defesa (que estavam doentes) e a ordem de depoimento de duas testemunhas, que ele considerou invertida e prejudicial à defesa. Ele também reclamará do fato de os jurados não terem considerado seu cliente semi-imputável, ou seja, capaz de entender o caráter ilícito de seus atos, mas sem condições de se controlar. Isso diminuiria a pena do crime de um a dois terços do total.

O promotor baseou a acusação na desconstrução "de dois mitos". "Ele não era o médico bonzinho, de vida pacata, que, por um azar do destino, cruzou com a maquiavélica Maria do Carmo (que teria infernizado a vida dele por cinco anos por não se conformar com o rompimento)", afirmou Pereira. O médico foi descrito pela acusação como um homem antiético que "sistematicamente violava a obrigação suprema de respeitar as pacientes" - uma vez que as teria assediado sexualmente. Segundo a defesa, porém, todos os processos movidos pelas supostas vítimas foram arquivados por falta de provas.

O outro argumento forte foi que a vítima não perseguiu Farah, como ele alega. Para sustentar essa versão, Pereira mostrou gravações de conversas telefônicas em que os dois combinavam como manter a relação amorosa clandestina. "A dinâmica não é do coitadinho tentando fugir da megera." Embora não tenha convencido os jurados, a defesa rebateu fortemente o argumento. Podval comprovou que o número de ligações feitas por Maria do Carmo ao médico era fora do normal. Para dar um exemplo, apenas em março de 2002, foram 3.708.


Entrevista ao R7

“Perante Deus, já paguei meus pecados”, diz ex-médico  que esquartejou  paciente

Dois anos após condenação, Farah Jorge Farah diz esperar a hora da morte
Farah Jorge Farah, 61 anos, estudante de direito e gerontologia [estudo de questões relacionadas à velhice], diz sentir falta de ternura e carinho. Ele sabe que, se não fosse pelo “ocorrido”, receberia mais abraços e beijos, demonstrações de afeto das quais diz ter saudade.

O “ocorrido” a que ele se refere é o assassinato da ex-amante Maria do Carmo Alves, em 2003, pelo qual Farah foi condenado a 13 anos de prisão por esquartejamento e ocultação do fígado e do coração da vítima. A decisão da Justiça, da qual ele apela em liberdade, completa dois anos neste sábado (17). Após quatro anos preso, o advogado de Farah, Roberto Podval, o mesmo do caso Isabella, conseguiu decisão judicial que permite ao condenado ficar solto até que se esgotem todos os recursos.

Não há data para o julgamento da apelação no STF (Supremo Tribunal Federal). Os processos de Farah não têm movimentação desde 2008 em todas as instâncias, segundo consultas processuais nos sites da Justiça.

Desde que o caso veio à tona, Farah passou a ser reconhecido como “estripador” ou “assassino”, rótulos que ele refuta por dar a ideia de “alguém que já cometeu vários crimes”. Apenas uma vez, ele matou e guardou os pedaços do corpo de Maria do Carmo em cinco sacos plásticos no porta-malas de seu do carro.

A reportagem do R7 almoçou com ele no refeitório da USP Leste (Universidade de São Paulo), onde Farah cursa gerontologia, e viu quando ao menos duas jovens apontaram o dedo para o condenado, do lado de fora do salão. Na Fuvest, o vestibular da USP, ele passou em 17º, entre os 210 admitidos no curso – o . Por ter sido aprovado, Farah teve que trancar a faculdade de filosofia que fazia na Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Antes do crime, ele chamava atenção por suas habilidades como cirurgião plástico. Maria do Carmo conheceu Farah quando o então médico removeu uma marca da perna dela. Ele recorda como era respeitado por colegas de profissão e pela família.

– Eu era o grande doutor Farah. Hoje sou apontado como o esquartejador na rua.

Depois do crime, Farah foi expulso de todas as associações de que participava. Seu registro no CRM (Conselho Regional de Medicina) foi cassado em 2006. Com voz levemente aguda, Farah diz que é o mesmo homem de antes do crime, salvo pela decadência de seu corpo.

– Depois dos 60 anos, o corpo humano começa a definhar. Eu estou aqui fazendo hora extra no mundo. Estou esperando a hora da morte.

Farah tem uma carteirinha de posto de saúde cheia de registros de consultas. A saúde frágil fica clara já no caminhar. Ele usa uma bengala, porque teve um nódulo retirado das costas e, por isso, perdeu parte do equilíbrio da perna esquerda.

– Eu, não tenho a menor vergonha de admitir, estou usando fraldas desde o ano passado. Meus pais também usaram fraldas um ano antes de morrer.
Farah, que hoje vive sozinho num apartamento da Vila Mariana (zona sul), fica visivelmente agitado quando fala sobre os pais; o hábito de roçar as unhas compridas das mãos umas nas outras fica mais evidente. Mas, longe desse assunto, o ex-médico mistura, com propriedade, filosofia e questões cotidianas. Nas duas horas em que esteve com o R7, Farah citou os iluministas franceses Voltaire e Montesquieu e os pensadores gregos clássicos Platão e Sócrates – a este, chegou a chamar de “titio”. Quando usa um desses nomes difíceis, pede desculpa e diz que não quer parecer “esnobe”.

Os pais de Farah morreram enquanto ele cumpria pena na carceragem do 13º Distrito Policial, na zona norte de São Paulo. Ao saber da notícia, tentou se matar três vezes. Por isso, passou a ser vigiado 24 horas pelos policiais. Quando pensa no que o levou a tentar se matar, Farah diz não querer lembrar. E chora. Para ele, a pena de morte é melhor do que a vida na cadeia, "uma escola de criminosos que não ressocializa ninguém".

O crime
Sobre o assassinato, Farah conta que sua última lembrança foi a luta que travou com Maria do Carmo em seu consultório. Quando fala disso, Farah puxa uma folha da pasta em que carrega. É a notícia de um vereador que surtou e virou catador de papel, em 2007 - história que compara ao seu "surto". Farah e Maria do Carmo começaram uma relação atribulada em 1996, com vários registros de boletins de ocorrência de ameaças.

Ele diz que não é “anjinho” e que tem culpa. Questionado se a punição é suficiente, Farah tenta desviar do assunto, dizendo que ainda está estudando e não poderia avaliar o caso. Além do curso de gerontologia, o ex-médico está no terceiro ano de direito na Unip (Universidade Paulista). Promete que, “se estiver vivo, um dia vai concluir os todos os cursos” - a rotina se divide entre as faculdades e as consultas médicas.

Questionado mais uma vez sobre a condenação, Farah não altera a voz suave, em ritmo pausado, e vai ao ponto com apenas uma frase.

– Perante Deus, já paguei os meus pecados.

Adventista, Farah não deixou de frequentar os cultos, onde tem amigos. O ex-cirurgião, que também diz seguir alguns dogmas judaicos, afirma não ver incoerência na mistura ecumênica. Apesar de ser apontado nas ruas como "aquele" Farah Jorge Farah, o ex-médico não se intimida e segue em frente com a nova vida. Nas faculdades, diz ter sido discriminado quando os colegas se davam conta de seu passado. Já foi abordado por pessoas indignadas no ônibus e no metrô, mas não deixa de usar o transporte público.

– Aqui as pessoas não abraçam, não beijam. Na cadeia, eu recebia até mais carinho do que aqui fora.


Fonte:http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/-perante-deus-ja-paguei-meus-pecados-diz-ex-medico-que-esquartejou-paciente-20100416.html
http://veja.abril.com.br/050203/p_056.html


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