Infância problemática
Marcelo viveu parte da sua infância na Rocinha, uma favela do Rio de Janeiro. Vivia num lar desestruturado, e sua mãe, uma empregada domestica, apanhava constantemente do marido. Foi mandado por um período para a casa dos avós, no Ceará, local onde disse que apanhava muito. Tempos depois foi mandado de volta para o Rio de Janeiro, onde constantemente era vitima de maus tratos pelos novos companheiros dos pais, que haviam se separado. Foi nesse período que foi abusado sexualmente por um homem mais velho.
Adolescência conturbada
Foi então internado em um colégio para meninos, mas não tinha bom desempenho nas aulas. Lá era hostilizado pelos colegas e chamado de retardado. Aos catorze anos foi mandado embora do internato, pois a instituição só acolhia jovens de 6 a 14 anos.
Assim que saiu do internato passou a se prostituir. Segundo Marcelo, sempre era passivo durante seus programas, mas certa vez um homem mais velho o teria obrigado a ser ativo, o que o perturbou muito. Nessa época ele tentou cometer suicídio. Tempos depois ele foi enviado para Funabem, mas meses depois fugiu e voltou a se prostituir, sendo que aos dezesseis anos foi morar com outro homossexual, Antonio Batista Freire, que começou a sustentá-lo e o apresentou à Igreja Universal do Reino de Deus. Mesmo com o sustento do companheiro, Marcelo continuava a se prostituir, até que se separou do porteiro e voltou para a casa da família.
A partir daí largou a prostituição e começou a trabalhar formalmente, ajudando a família nas contas e nos afazeres domésticos.
Marcelo freqüentava os cultos da seita a cerca de dez anos na época, além de assistir as celebrações pela TV diariamente. Segundo ele, foi num desses cultos que ouviu que quando as crianças morrem, elas vão para o céu. Segundo a lógica do assassino, ele não matava adulto, pois poderia os estar mandando para o inferno.
A mesma seita da igreja era uma parte importante da vida de Marcelo. Quando não estava lendo as pregações do bispo Edir Macedo, estava lendo revistas pornográficas. Gostava de ouvir músicas da Xuxa e de outros ídolos infantis da época. A mãe de Marcelo conta que ele tinha o estranho hábito de ficar ouvindo uma fita gravada de quando o irmão mais novo estava chorando.
Crimes descobertos
No dia 16 de dezembro de 1991, Altair Medeiros de Abreu, de 10 anos, teria saído com seu irmão, Ivan Medeiros de Abreu até a casa de um vizinho, que lhe havia prometido oferecer um almoço. Na época o pré-adolescente morava numa zona de pobreza do bairro do bairro Santa Isabel, em São Gonçalo, município vizinho de Niterói. Os dois eram filhos de Zélia de Abreu, empregada doméstica que possuía mais cinco filhos.
Quando os dois garotos passavam pela estação central de Niterói, os dois foram abordados por Marcelo, que segundo Altair teria lhe oferecido cerca de quatro mil cruzeiros para que os dois o ajudassem a realizar um ritual religioso católico. Os três pegaram um ônibus e foram parar numa praia deserta, nos arredores do Viaduto do Barreto. Nesse momento, Marcelo tentou beijar o garoto mais velho, que fugiu assustado, mas sendo capturado em seguida e derrubado no chão; atordoado, ele viu seu irmão Ivan ser abusado sexualmente por Marcelo, que após o ato, o enforcou, avisando Altair que seu irmão estava dormindo.
Assustado, Altair passou a fazer tudo o que Marcelo queria, sendo depois levado pelo assassino até um posto de gasolina onde se limpou sobre os olhos atentos de Marcelo. Os dois dormiram em um matagal, e na manhã seguindo partiram para o Rio de Janeiro. Segundo consta, durante o trajeto Marcelo teria se oferecido para morar com Altair, que teria concordado imediatamente. Nos depoimentos após o crime, Marcelo disse que teve piedade do garoto, pois ele teria sido "bonzinho” e prometido ficar com ele. Na época, Marcelo trabalhava como distribuidor de planfletos, e teria que aparecer no trabalho para buscar seus papéis. Assim que se distraiu, Altair aproveitou e fugiu do assassino.
Quando chegou em casa, por carona, Altair não revelou que seu irmão havia sido morto, só revelando o crime para uma das irmãs mais velhas dias depois. Marcelo não teria tentado procurar Altair nem tentado esconder o corpo, voltado no local do crime tempos depois para modificar a posição do corpo. Corpo esse que foi encontrado por policiais horas depois. Segundo consta, as mãos do garoto estavam dentro dos shorts, o que afastou a tese inicial de afogamento, sendo constatado o abuso sexual no IML.
Quando o corpo foi identificado pela mãe de Ivan, Altair levou os policiais até o trabalho de Marcelo, que confessou o crime imediatamente, não demonstrando surpresa.
Em série
Na delegacia, Marcelo confirmou ser o autor de mais doze assassinatos. Ele revelou um dos seus primeiros crimes. Segundo o próprio, em junho do ano de 1991, ele havia acabado de descer de um ônibus quando viu o garoto Odair Jose Muniz dos Santos, de onze anos, pedindo esmolas na rua. Marcelo então o convenceu supostamente para ir até a casa de uma tia e pegar cerca de 3000 cruzeiros para dar o garoto. Mas na verdade Marcelo o atraiu até um campo de futebol e tentou abusar do menino, como não conseguiu, o enforcou.
“(...)Não reparei se ele estava vivo ou morto quando o estuprei. Não consegui me satisfazer. Apertei sua garganta mais uma vez para garantir que a alma dele fosse para o céu.”
Logo após, Marcelo foi para casa jantar e voltou mais tarde, onde decapitou o corpo do garoto. Marcelo afirmou que fez isso com o garoto para se vingar do que faziam com ele durante a época que viveu no internato. Além disso, o assassino disse que se inspirava para cometer crimes nos cultos da seita da Igreja Universal do Reino de Deus.
Seu primeiro crime ocorreu em abril de 1991. Ele estava voltando do trabalho quando viu um garoto vendendo doces na avenida. Inventou a mesma história do dinheiro e do ritual religioso e o levou para um matagal. Tentou fazer sexo com o garoto, mas esse resistiu. Marcelo o agrediu com pedras e depois o asfixiou e o estuprou. Segundo ele foi a partir daí que não conseguiu mais parar de cometer crimes. No seu segundo crime, matou Anderson Gomes Goulart, 11 anos, estraçalhou sua cabeça, bebeu o seu sangue enquanto o estuprava e depois quebrou seu pescoço.
Em dezembro de 1991, ele conheceu dois irmãos nas ruas de Niterói, Altair e Ivan Abreu. Marcelo violentou e matou o pequeno Ivan, de 6 anos, diante do olhar horrorizado de Altair, de quem também abusou. Deixar o menino com vida foi o começo do seu fim. Assim que conseguiu escapar, Altair Abreu voltou para sua casa e a denúncia do desaparecimento de Ivan logo chegou à polícia. Guiados pela pequena vítima, os agentes capturaram Marcelo Costa de Andrade na frente de seu local de trabalho, no bairro de Copacabana.
No início, o assassino confessou apenas a morte de Ivan Abreu, mas o depoimento de sua mãe, Sonia Andrade, foi essencial para provocar uma confissão espantosa. A mulher apresentou um facão ensanguentado que Marcelo escondia em sua casa. Diante da arma do crime, ele confessou 14 assassinatos e guiou a polícia até as cenas dos crimes.
Em custódia, conseguiu fugir do hospital psiquiátrico Heitor Carrillo em janeiro de 1997. Depois de 12 dias, foi recapturado em Guaraciaba do Norte, no Ceará, onde passou parte de sua infância.
Marcelo foi absolvido pela justiça e declarado inimputável e vive até hoje em reclusão no hospital psiquiátrico Henrique Roxo, manicômio judicial da cidade do Rio de Janeiro.
No início, o assassino confessou apenas a morte de Ivan Abreu, mas o depoimento de sua mãe, Sonia Andrade, foi essencial para provocar uma confissão espantosa. A mulher apresentou um facão ensanguentado que Marcelo escondia em sua casa. Diante da arma do crime, ele confessou 14 assassinatos e guiou a polícia até as cenas dos crimes.
Em custódia, conseguiu fugir do hospital psiquiátrico Heitor Carrillo em janeiro de 1997. Depois de 12 dias, foi recapturado em Guaraciaba do Norte, no Ceará, onde passou parte de sua infância.
Marcelo foi absolvido pela justiça e declarado inimputável e vive até hoje em reclusão no hospital psiquiátrico Henrique Roxo, manicômio judicial da cidade do Rio de Janeiro.
(Depoimentos de Marcelo Costa de Andrade)
A Primeira Vítima
“Peguei ele a força e fiz sexo com ele. Matei ele enforcado com a própria camisa dele. Uns dois meses depois voltei no local e ele ainda tava lá. Tirei a bermuda dele e os dentes. Voltei lá umas 2 vezes, na terceira ele já não estava mais lá.”
A Segunda Vítima
“Vi que ele era bonito, tinha uma bermuda bonita, tinha o bumbum bonito … levei ele pro túnel e penetrei nele várias vezes, gozei dentro … beijei a boca dele … ai depois matei ele enforcado.”
A Terceira Vítima
“Beijei a boca dele tudo … deixei ele dormir. Tinha uma pedra grande lá e eu esmaguei a cabeça dele … sangrou muito…peguei minha vasilha que levava marmita e deixei o sangue escorrer dentro. Bebi o sangue todo … depois coloquei meu pênis nele de novo e gozei.”
A Quinta Vítima
“Ele era todo bonito, parecia até uma menina … enfiei uma chave de fenda na barriga dele … tirei a bermuda dele, lambi as pernas, o bumbum dele todo … beijei a boca dele, chupei a boca dele tudo … enfiei meu pênis no bumbum dele e gozei tudo … peguei uma pedra grande e soltei na cabeça dele … bebi todo o sangue dele.”
A Nova Vítima
“Agarrei ele a força, beijei o corpo dele tudo, penetrei meu pênis na bunda dele e gozei muito … fiz umas 3 vezes assim … enforquei ele com a camiseta dele … ele estava morto mas era muito bonito ai eu beijei ele e fiz tudo de novo “
A Décima Segunda Vítima: Ivan
“Matei o pequeno enforcado … eu queria o Altair que era maior. Não fiz nada com o menorzinho. Ai beijei a boca do Altair, fiz sexo com ele … Fomos pro posto de gasolina e dormimos, quando amanheceu o dia namorei com ele de novo, toquei uma punheta olhando pro rosto dele, gozei no rosto dele todo … não matei ele não, deixei ele pra fazer mais de noite, matar de noite. Fui para o trabalho e ele fugiu.”
Marcelo narrou um a um os 14 assassinatos que cometeu. Enquanto as investigações avançavam, os investigadores descobriam que o Vampiro de Niterói deixou um rastro de mortes além dos limites do estado do RJ.
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